Algo de muito mau aconteceu a Agnes. O filme segue as lacunas que esse acontecimento deixa: não se trata apenas do vazio físico, mas das rotinas que se reorganizam à sua volta como se nada tivesse sucedido. A câmara observa gestos mínimos — refeições interrompidas, cadeiras vazias, mensagens por ler — e revela como a vida dos outros continua, mais por conveniência do que por cura, deixando um rasto de culpa e indiferença que pesa tanto quanto o silêncio.
Com um ritmo contido e uma estética quase documental, Sorry, Baby desfia pequenas verdades sobre memória, responsabilidade e negligência emocional. Cada personagem encaixa a ausência de Agnes num papel que o beneficia, enquanto mentiras e omissões vão brotando à superfície. É um retrato austero e perturbador sobre o modo como uma perda pode ser simultaneamente omnipresente e invisível — um estudo doloroso sobre aquilo que uma comunidade se recusa a ver.