Mudbrick

Ao regressar à aldeia do leste da Europa para reclamar a casa de adobe que herdou, um homem que passou a vida inteira na Inglaterra confronta a distância entre as suas memórias e a realidade que encontra. As ruas parecem ter parado no tempo, os rostos são familiares e, ao mesmo tempo, herméticos, e a casa antiga guarda cheiros e ruídos que o puxam para uma história que julgava enterrada. A sensação de pertença mistura-se com uma crescente inquietação, enquanto pequenas contradições no comportamento dos habitantes despertam desconfiança.

Rapidamente descobre que a comunidade protege um segredo sinistro ligado tanto ao passado da aldeia como à própria casa. Entre olhares evitados, cerimónias veladas e histórias contadas a meio, o protagonista vê-se envolvido numa teia de silêncio e cumplicidade que ameaça consumi-lo. A tensão sobe à medida que ele tenta juntar peças de um mistério que põe em causa não só as suas origens, mas também a sanidade daqueles que o rodeiam.

Com uma atmosfera sufocante e imagens que privilegiam sombras e texturas, a narrativa explora temas de identidade, memória e a dificuldade de regressar a um lugar que já não existe como imaginávamos. O desenlace, ambíguo e perturbador, obriga a questionar até que ponto o passado pode ser reparado — ou se certos segredos estão destinados a permanecer enterrados.